sábado, 7 de janeiro de 2012

A ELEIÇÃO DA DIRETORIA EXECUTIVA, DO CONSELHO DELIBERATIVO E DO CONSELHO FISCAL PARA O BIÊNIO 2012/2013

Diretoria Executiva: Presidente: Paulo Eduardo Vinha; Vice-Presidente: João Alves;
1º Diretor Secretário: Fabio Chaves Pastore; 2º Diretor Secretário: Renato Cesar Assef Rodrigues; 1º Diretor Tesoureiro: Osvaldo Pinheiro de Souza Filho; 2º Diretor Tesoureiro: Pedro Sardelich Neto; Diretora de Sede: Paula Kobori; Diretora do Núcleo Assistencial Infantil Dr. Camilo de Mattos: Dra. Flávia Gomes Pileggi Gonçalves; Diretora de Doutrina, Estudos e Trabalhos Mediúnicos: Norma Cordeiro.
Conselho Deliberativo: Presidente – Luiz Fernando Maistrello Gaya; Secretário do Conselho Deliberativo – Amarildo Aparecido da Silva. Conselheiros: 1. Antônio Rubens Padilha; 2. Ari Marcelo Silveira dos Reis; 3. Carlos Alberto Sanches; 4. Damaris Stabille; 5. Fátima Aparecida Fonzara David; 6. Juliana Duarte Ribeiro Bonissoni; 7. Leandro Lelis Falcão; 8. Maria Abadia Matheus de Sá; 9. Maria Goretti Tonielo; 10. Maria Tereza Von Gal; 11. Marilda Aparecida Chiachio dos Santos; 12. Maurício Duarte Ribeiro; 13. Milton Vieira de Souza Leite; 14. Norton Savin; 15. Dr. Pedro Herbert Casimiro Onofre; 16. Raphael Pileggi; 17. Regina Albernaz Machado; 18. Romilda Lucia Saraiva; 19. Wilma Gollucci.
Suplentes do Conselho Deliberativo: 1. Ângela Maria Hernandes Bossoloni; 2. Carlos Ely Orenha; 3. Elisabete Zucco Jorge; 4. Kleber David; 5. João Martins do Carmo; 6. Maria Norina Stechini; 7. Waldir Pantaleão.
Conselho Fiscal 1. Miguel Pinto Rosa; 2. Luiz Carlos Bonissoni; 3. Marcelo Moraes Bossolloni.

domingo, 3 de abril de 2011

INTENTAR E AGIR

“E fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente, mas antes seja curado.” – Paulo (Hebreus, 12:13).


O homem bem intencionado refletirá intensamente em melhores caminhos, alimentando ideais superiores e inclinando-se à bondade e à justiça.

Convenhamos, porém, que a boa intenção passará sem maior benefício, caso não se ligue à esfera das realidades imediatas na ação reta.

É necessário meditar no bem; todavia, é imprescindível executá-lo.

A Providência Divina cerca a estrada das criaturas com o material de edificação eterna, possibilitando-lhes a construção das “veredas direitas” a que Paulo de Tarso se reporta.

Semelhante realização por parte do discípulo é indispensável, porquanto, em torno de seus caminhos, seguem os que manquejam.

Os prisioneiros da ignorância e da má fé arrastam-se, como podem, nas margens do serviço de ordem superior, e, de quando em quando, se aproximam dos servidores fiéis do Cristo, propondo-lhes medidas e negócios que se lhes ajustem à mentalidade inferior. Somente aqueles que constroem estradas retas escapam-lhes aos assaltos sutis, defendendo-se e oferecendo-lhes também novas bases a fim de que se não desviem inteiramente dos Divinos Desígnios.

Aplica sempre as tuas boas intenções, no plano das realidades práticas, para que as tuas boas obras se iluminem de amor e para que o teu amor não se faça órfão de boas obras. Faze isso por ti, que necessitas de elevação, e por aqueles que ainda te procuram manquejando.

Livro: Pão Nosso – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

A DOUTRINA ESPÍRITA E O LIVRE-ARBÍTRIO

LER, REFLETIR E DISCERNIR, PARA MELHOR COMPREENDER OS ENSINOS DO DIVINO MESTRE JESUS.


Os ensinos dos Espíritos, consubstanciados na Doutrina Codificada, além de nos dar a conceituação precisa do nosso livre-arbítrio, amplia o entendimento a respeito desse atributo da alma humana.

Nenhum dos aspectos que fazem da Doutrina Espírita a bênção consoladora para a Humanidade deve ser considerado isoladamente e, como tal, apreciado pelos seus adeptos sinceros e conscientes.

Do mesmo modo devem ser a avaliação e o trato das questões, mesmo que não nos pareçam transcendentes. Todos os aspectos e temas Doutrinários devem ser tratados de idêntica maneira, o que não importa dizer que cada seguidor não sinta uma inclinação mais acentuada para esse ou aquele aspecto da Doutrina.

Os hermeneutas das ordenações elaboradas pelos homens aconselham, com prudência, que a interpretação de um dispositivo legal não deve ser procedida isoladamente, mas em função do conjunto de normas e em harmonia com as mesmas.

De igual modo, a Doutrina trazida pelos Espíritos e sabiamente Codificada não pode nem deve ser entendida e apreciada parcialmente e muito menos que se pretenda que um dos caracteres científico, filosófico ou religioso se sobreponha aos outros ou ainda muito mais graves, que até exclua os demais, como, às vezes, em mentes desavisadas encontra guarida e costuma ocorrer.

O Espiritismo, como sobejamente se sabe e se repete, é uma Doutrina de natureza filosófica, científica e religiosa. Sua filosofia é própria, peculiar e inconfundível e, como tal, não pode ser mutilada.

Por sua vez, o caráter científico dessa Doutrina, além de não se distanciar dos conhecimentos tradicionais decorrentes do progresso humano, estende esses conhecimentos além da matéria densa, para lá do túmulo, para a vida que se desdobra após a morte do corpo.

Desvenda a Ciência Espírita um mundo ainda mais real porque nos mostra que a vida não cessa e que a alma é imortal. Mas, a feição religiosa dessa majestosa Doutrina, nos atuais estágios evolutivos do Planeta, configura-se de inefável valor, dada a grande necessidade do nosso progresso moral. Daí decorre a integral adoção da Doutrina de JESUS, assimilando-a inteiramente e tornando o Espiritismo, desse modo, a sublime Religião CRISTÃ-ESPÍRITA, para a redenção humana.

Por outro lado, com referência aos temas ordenados na Codificação Espírita, por falta de sensatez e fartura de incontida e indisfarçada vaidade, deparamos, muitas vezes, com atitudes e pronunciamentos discordantes dos princípios espíritas, em militantes do próprio movimento.

É o que acontece, por exemplo, com referência ao livre-arbítrio e à liberdade de expressão do pensamento. Embora constituam franquias inerentes ao ser humano, esses atributos, contudo, não são absolutos e ilimitados.

Aos que entendem que o são, falta-lhes bom senso e sobejam-lhes orgulho e vaidade, mesmo quando não são carentes de preparo e de inteligência.

A Doutrina Espírita não impõe sua sabedoria e beleza aos seus seguidores: ela expõe com base em sua magnitude e sua origem maior.

Portanto, pretender desvirtuar, não seguir ou querer traçar rumos novos é tentativas vãs que esbarram logo na incompetência de seus autores e na improcedência de suas pretensões.

Valem-se, justamente, da liberdade que a Doutrina faculta, de exame de seus postulados, com o uso da razão.

Ela, a Doutrina Espírita deve ser entendida e executada em toda sua inteireza, mas não desvirtuada e nem insta ninguém a ingressar em suas fileiras ou manter-se em suas fileiras se não a querem cumprí-la fielmente.

A Doutrina Espírita simplesmente convida as pessoas que têm a ventura de aproximar-se dela para conhecerem a verdade que as esclarecem e as liberta.

Entendem alguns que o livre-arbítrio e a liberdade não podem sofrer restrições e limitações.

Mas a nossa inteligência ainda não está habilitada para absorver a inteira sabedoria das Leis Divinas.

A simples observação dos princípios naturais nos dá idéia das limitações do Ser Humano em face das Leis e da grandeza do Universo.

Um pássaro dispõe de asas e de liberdade para vôos aparentemente ilimitados. Mas sabemos que não pode ir além de determinada altitude.

Também o homem, no uso de seu livre-arbítrio não pode praticar determinados atos. É contido quando tenta. Do mesmo modo o Espírito, liberto do corpo físico, não dispõe livremente de sua vontade.

As leis e as organizações humanas não permitem que as pessoas usem da liberdade e da via pública para cometerem tropelias de toda ordem. O comportamento não pode ultrapassar determinados limites.

A liberdade de que se utilizam certas pessoas para distorcer os ensinamentos dos Espíritos, prática que, não raras vezes, são constatadas, não as isenta de implicação em falta grave.

Em nome do princípio de liberdade da prática religiosa ou da expressão de pensamento, não podem induzir outros a erro.

Os Espíritas sinceros, mesmo aqueles que não tiveram acesso à instrução, devem estar atentos a todas aquelas pregações feitas em nome do Espiritismo, mas que não estejam de acordo e em consonância com o ensino dos Espíritos.

Não podemos dar guarida a tais distorções preservando, pois, a simplicidade e a pureza da Doutrina e evitando o que ocorreu com a Revelação Cristã, tantas vezes desvirtuada e ultrajada no curso do tempo.

Conforme nos ensina "O Livro dos Espíritos", na resposta dada à questão 133, “o Espírito é criado simples e ignorante" e, ainda de conformidade com a resposta à questão nº 843 do citado livro, "lhe é outorgado o livre-arbítrio" donde se conclui que o bom ou mau uso que dessa outorga se faz decorre da maior ou menor evolução do Espírito.

Ora, a ninguém ainda foi dado pelo Plano Espiritual o direito de modificar ou pretender modificar os ensinamentos dos Espíritos que foram codificados nas Obras Básicas.

Isto porque, aqueles que assim agem ou estão imbuídos de má-fé ou se julgam superiores aos Espíritos que nos trouxeram a Nova Revelação.

Os que assim agem são movidas por excessivo orgulho e desmedida vaidade, fomentando discórdias, dissonâncias e dissensões nas Instituições, nos Centros e Grupos Espíritas, dificultando e retardando o progresso do seu semelhante.

Tem, pois, o homem ampla liberdade de agir e de pensar, mas a sua evolução, as conquistas, as alegrias e felicidade futuras ficam condicionadas ao seu aprendizado, ao bem que proporciona e ao amor dedicado ao seu semelhante.

Por isso é que a Doutrina Espírita nos convida a ler, refletir e discernir para melhor compreender os ensinamentos do Divino Mestre Jesus.

O PROBLEMA DA INSATISFAÇÃO

A insatisfação, que medra, assustadora, numa avalanche crescente. em todos os arraiais da Sociedade terrena, procede, de certo modo, da programática educacional das criaturas que, desde cedo, recebem orientação e adestramento em moldes eminentemente imediatistas, como se a vida devesse abraçar. apenas, o estreito limite entre o berço e o túmulo...

Centralizando todas as aspirações no trâmite carnal, o triunfo, conforme os padrões hedonistas, tem como finalidade à aquisição de valores para o gozo, o destaque na comunidade, a tranqüilidade que decorra de um estômago saciado, um sexo atendido e as vaidades estimuladas...

No entanto, mesmo quando tal ocorrência vem de ser lograda, acompanhada de emoções estésicas, eis que o sonhador da roupagem carnal se depara com outro tipo de necessidade que deflui do espírito, no seu processo de reeducação pelo impositivo reencarnacionista.

Os homens não são, exclusivamente, as suas necessidades orgânicas e emocionais que se enquadram na argamassa fisiopsicológica.

O berço e o túmulo representam, no processo da evolução, meios de que se utiliza a Sabedoria Divina para que o ser indestrutível entre e saia do corpo, adquirindo experiências. fixando aprendizagem, modelando caracteres, crescendo na fraternidade e santificando o amor, que arranca das expressões do instinto de posse para a sublimação através da renúncia e do sacrifício...

Concebendo a vida como um jogo fugaz de sensações, em que o homem dotado de recursos amoedados mais é feliz porque mais consegue, coloca todas as ambições no estreito condicionamento da posse material, que amargura, quando escassa e frustra. quando farta.

De forma alguma os valores da rápida aquisição conseguem produzir no homem a verdadeira harmonia, tendo-se em vista que, impelido pelo próprio instinto de preservação da espécie, se não vigia, mais ambiciona, quanto mais detém.

A posse, no entanto, de forma alguma faculta equilíbrio emocional. Quando é abundante, produz o receio da perda, estimulando a existência dos fantasmas do medo de perder a posição e os recursos que lhe significam a vida... E, quando é exígua, favorece a escravidão ao que se gostaria de possuir, como fuga psicológica às inquietações quase sempre injustificáveis.

O homem deve arrimar-se nos valores éticos, que ele próprio constrói a pouco e pouco em si e à sua volta, compensando-se no ideal altruísta, com que desata as emoções superiores que lhe jazem em gérmen, crescendo moralmente e superando as injunções do cárcere físico, mediante cuja ascensão consegue a lucidez que lhe dá a perfeita visão da vida e lhe dilata os horizontes em torno do que lhe convém e do que deve fazer.

Situando as metas da existência além dos prazeres transitórios e frustrantes, irmanado à fé libertadora, com que se arma de resistências para a dor, para o mal, para os distúrbios de qualquer natureza, logra superar-se e planar além de quaisquer vicissitudes negativas, através de cujo comportamento fruirá a real felicidade.

Não cobiçando mais do que lhe é lícito reter; não se afadigando em demasia pelas aquisições transitórias; não se antecipando sofrimentos advindos do receio do futuro; não vivendo exclusivamente para o corpo, os insucessos aparentes são convertidos em lições que amadurecem para os próximos empreendimentos, fixando o bem em si mesmo, com que se ala nos rumos do Bem Incessante após a vilegiatura orgânica, libertando-se das vestes físicas com a alegria do escafandrista que retorna à tona, concluída a tarefa feliz no seio das águas profundas...

A insatisfação que a tantos amargura, enferma e conduz a distonias de largo porte, pode e deve ser combatida através de uma pauta salutar de objetivos e de diretrizes evangélicas, conforme Allan Kardec extraiu dos conceitos morais das insuperáveis lições do Cristo, fazendo do Espiritismo o mais completo compêndio de otimismo e de sabedoria conhecido nos tempos hodiernos.

Reflexionando em torno dos valores reais, como dos aparentes, o homem de bem, inteligente, que sente necessidade de mais profundas e nobres aspirações para ser feliz, mergulha a mente e o sofrimento no exercício do amor, em seu sentido mais elevado, defrontando a grandeza da vida e realizando-se por fim em paz.

Vianna de Carvalho (espírito) / psicografia de Divaldo Pereira Franco

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

"GRANDES NOMES DA DOUTRINA ESPÍRITA - LEÓN DENIS"

"Acima de tudo, Deus é amor. Por amor, criou os seres para associá-los às suas alegrias, à sua obra"


León Denis nasceu na França, em 1º de Janeiro de 1846, numa localidade chamada Foug, na região da Alsácia Lorena, iniciando uma vida exemplar, na qual desde a mais tenra infância conheceu as dificuldades materiais, o trabalho árduo, mas também coisas belas, as quais soube apreciar e valorizar: o aconchego familiar, as belezas naturais e os tesouros da civilização de seu país, as maravilhosas revelações contidas nos livros que, embora de difícil acesso para o jovem operário, lhe traziam conhecimentos que o deslumbravam e lhe proporcionavam "viagens" pelo mundo, pelos espaços infinitos, pelas riquezas inestimáveis do pensamento humano.

Aos 18 anos, conheceu, de Allan Kardec. Pouco tempo depois, assistiu a uma conferência proferida pelo codificador da Doutrina Espírita em Tours, cidade na qual viveu, dos 16 anos até o fim de sua vida. Ali, de pé no jardim onde se realizou a conferência, sob a luz das estrelas, Denis bebeu as palavras de Kardec, que falava sobre a obsessão...e, desde então, entregou-se com todas as potências de sua alma, à causa do estudo e da divulgação da Doutrina Espírita.

E é nesse espírito de total entrega que ele atravessa, imperturbável, todas as tormentas da existência: guerras (inclusive a Primeira Guerra Mundial), cegueira, críticas, perda de entes queridos, etc, sempre firme em seu posto, escrevendo livros e artigos, fazendo palestras, presidindo Congressos, sempre esclarecendo, consolando, animando.

"Sempre para o mais alto!" É o lema que seu guia espiritual Jerônimo de Praga lhe dá para pautar a sua vida. É o exemplo que colhe da vida de sua amada "sorella", a heroína Joanna d'Arc. É o lema que ele nos dá a todos. Sua vida absolutamente coerente com a sua obra lhe vale o título de "Apóstolo do Espiritismo".

A hora de partir para o plano espiritual, de onde continua sua missão, vem encontrar o trabalhador, já ancião, com 81 anos, em plena atividade. Apressa-se em concluir o livro "O Gênio Céltico e o Mundo invisível", para entregá-lo a seus editores. Não chegaria a vê-lo publicado.

Dita para a sua secretária, Claire Baumard, o prefácio prometido a Henri Sauce, que irá publicar uma biografia de Kardec. Que trabalho seria mais digno de encerrar a carreira de Denis?

Manhã chuvosa de 12 de abril de 1927...no quarto de Denis amigos fiéis acompanham seus últimos instantes. Gaston Luce e sua esposa estão entre eles. "Mademoiselle" Baumard tem nas suas as mãos do agonizante, que não cessa de lhe dar recomendações...pelo futuro da Doutrina Espírita. "Chamado ao espaço", Denis parte, vitorioso, e, de lá, continua nos esclarecendo, consolando e animando..

domingo, 9 de janeiro de 2011

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

"GRANDES NOMES DA DOUTRINA ESPÍRITA - CHICO XAVIER"

("Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente.")


Francisco Cândido Xavier nasceu em Pedro Leopoldo (MG), no dia 2 de abril de 1910. Filho de operário e de humilde lavadeira, ficou órfão de mãe aos cinco anos de idade. Seu pai se viu obrigado a entregar alguns dos seus nove filhos aos cuidados de pessoas amigas e Chico Xavier ficou com sua madrinha, mulher nervosa que o maltratava cruelmente.

Nos seus momentos de angústia, um anjo de Deus, que fora sua mãe na Terra, o assistia, quando, desarvorado, orava nos fundos do quintal: "Tenha paciência, meu filho! Você precisa crescer mais forte para o trabalho. E quem não sofre não aprende a lutar".

O menino aprendeu a apanhar calado, sem chorar.

Diariamente, à tarde, com vergões na pele e o sangue a correr-lhe em delgados filetes pelo ventre, ele, de olhos enxutos e brilhantes, se dirigia para o quintal, a fim de reencontrar a mãezinha querida, vendo-a e ouvindo-a, depois da oração. Algum tempo depois, terminou seu martírio.

Seu pai casou-se novamente e sua madrasta, alma boa e caridosa, o recolheu carinhosamente, a ele e a todos os irmãos que estavam espalhados. A situação era difícil. A guerra acabara e graçava a gripe espanhola. O salário do chefe da família dava escassamente para o necessário e os meninos precisavam estudar.

Foi então que a boa madrasta teve uma idéia: plantar uma horta e vender os legumes. Em algumas semanas, o menino já estava na rua com o cesto de verduras. Desta forma, conseguiram encher o cofre e voltar a frequentar as aulas.

Em janeiro de 1919 Chico Xavier começou o ABC. Com a saída do chefe da casa para o trabalho e das crianças para a escola, a madrasta era obrigada, algumas vezes, a deixar a casa a sós, pois precisava buscar lenha à distância. Foi então que surgiu um problema: a vizinha, se aproveitando da ausência de todos, passou a colher a verduras e, sem verduras, não haveria dinheiro para as despesas da escola. Preocupada, a madrasta, não querendo ofender a amiga, pediu a Chico Xavier que, pedisse um conselho ao espírito de sua mãe.

À tardinha, o menino foi ao quintal e rezou como fazia sempre que queria conversar com sua mãe e lhe contou o problema. Sua mãe lhe disse que realmente não deviam brigar com os vizinhos e lhe deu uma sugestão: toda vez que sua madrasta se ausentasse, que desse a chave de casa à vizinha, para que ela tomasse conta da casa.

Dessa forma, a vizinha, responsável pela casa, não tocou mais nas hortaliças.

Passados todos esses problemas, o menino não viu sua genitora com tanta frequência. Mas passou a ter sonhos. À noite, levantava-se agitado e conversava com locutores invisíveis. De manhã, contava as peripécias de pessoas mortas, coisas que ninguém podia compreender! O pai resolveu levá-lo ao vigário de Matozinhos, que, após ouvi-lo, recomendou que o garoto não lesse mais jornais, revistas, livros. Disse-lhe que ninguém volta a conversar depois da morte e que era o demônio que lhe estava perturbando.

O menino chorava nos braços de sua madrasta, criatura piedosa e compreensiva. Ao conversar com sua mãe, triste por não ser compreendido por ninguém, escutou dela que precisava modificar seus pensamentos, que não deveria ser uma criança indisciplinada, para não ganhar antipatia dos outros. Deveria aprender a se calar e que, quando se lembrasse de alguma lição ou experiência recebidas em sonho, que ficasse em silêncio.

Precisava aprender a obediência para que Deus, um dia, lhe concedesse a confiança dos outros. E durante 7 anos consecutivos, de 1920 a 1927, ele não teve mais qualquer contato com sua mãe. Integrado na comunidade católica, obedecia às obrigações que lhe eram indicadas pela Igreja. Confessava-se, comungava, comparecia pontualmente à missa e acompanhava as procissões. Em 1923 terminou o curso primário, no Grupo.

Levantava-se às seis da manhã para começar, às sete, as terefas escolares e entrando para o serviço da fábrica às três da tarde, para sair às onze da noite. Em 1925 deixou a fábrica, empregando-se na venda do Sr. José Felizardo Sobrinho, onde o trabalho ia das seis e meia da manhã às oito da noite. As perturbações noturnas continuaram. Depois de dormir, caía em transe profundo. Em 1927 uma de suas irmãs caiu doente.

Um casal de espíritas, reunido com familiares da doente, realizaram a primeira sessão espírita que teve lugar na casa. Na mesa, dois livros: "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e o "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec. Pela mediunidade de D. Carmem, sua mãe manifestou-se: "Meu filho, eis que nos achamos juntos novamente. Os livros à nossa frente são dois tesouros de luz. Estude-os, cumpra com seus deveres e, em breve, a bondade divina nos permitirá mostrar a você seus novos caminhos. " A primeira e única professora de Chico que descobriu sua mediunidade psicográfica foi D. Rosália. Fazia passeios campestres com os alunos que deveriam, no dia seguinte, levar-lhe uma composição, descrevendo o passeio. A de Chico tirava sempre o primeiro lugar.

Desconfiada, D. Rosália, um dia, fez o passeio mais cedo e, na volta, pediu que os alunos fizessem a composição em sua presença.

Chico, novamente, tira o primeiro lugar, escrevendo uma verdadeira página literária sobre o amanhecer e daí tirando conclusões evangélicas.

Rosália mostrou aos amigos íntimos a composição e todos foram unânimes em reconhecer que aquilo, se não fora copiado, era então dos espíritos.

Ao entrar para o funcionalismo público, como datilógrafo, na Fazenda Modelo do Ministério da Agricultura, começa a demonstrar sua admiração pela natureza. Distante 6 quilômetros da cidade, em contato com a natureza, ama até as pedras e os montes pensativos. Vê em tudo poesia e oração, trata as árvores como irmãs e compreende como poucos a alma do grande todo. Vê em tudo poesia e vida, verdade e luz, beleza e amor e, acima de tudo, a presença de Deus! Em maio de 1927 foi realizada a primeira sessão espírita no lar dos Xavier, em Pedro Leopoldo.

Em junho do mesmo ano foi cogitada a fundação de um núcleo doutrinário. Em fins de 1927 o Centro Espírita Luiz Gonzaga, sediado na residência de José Cândido Xavier, que se fez presidente da instituição, estava bem frequentado. As reuniões se realizavam às segundas e sextas-feiras.

A nova sede do Grupo Espírita Luiz Gonzaga foi construída no local onde se erguia, antigamente, a casa de Maria João de Deus, genitora de Chico Xavier. Em 8 de julho de 1927, Chico Xavier fez a primeira atuação do serviço mediúnico, em público. Seu primeiro livro psicografado foi publicado em 1931. Em 1931, Chico passou a receber as primeiras poesias de "Parnaso de Além -Túmulo", que foi lançado em julho de 1932. Em 1950, Chico Xavier havia recebido, pela sua psicografia, mais de 50 ótimos livros.

Vivia no apogeu de triunfos mediúnicos.

Estava conhecidíssimo no Brasil e no mundo inteiro. O Parnaso de Além Túmulo, por si só, valia pelo mais legítimo dos documentos, validando-lhe o instrumental mediúnico, o mais completo e seguro que o Espiritismo tem tido para lhe revelar as verdades, inclusive o intercâmbio das idéias entre os dois Mundos. Além disso, recebera romances , livros e mais livros, versando assuntos filosóficos, científicos e, sobretudo, realçando o espírito da letra dos Evangelhos, escrevendo e traduzindo, de forma clara e precisa, as Lições consoladoras e imortais do Livro da Vida.

Em 5 de janeiro de 1959 mudou-se para Uberaba, sob a orientação dos Benfeitores Espirituais, iniciando nessa mesma data, as atividades mediúnicas, em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã. Deu ele, então, início à famosa perigrinação.

Aos sábados, saindo da "Comunhão Espírita-Cristã", o bondoso médium visitava alguns lares carentes, levando-lhes a alegria de sua presença amiga, acompanhado por grande número de pessoas afinizadas. Sob a luz das estrelas e de um lampião que seguia à frente, iluminando as escuras ruas da periferia, ia contando fatos de grande beleza espiritual.

A cidade de Uberaba, desde a sua vinda,transformou-se num pólo de atração de inúmeros visitantes das mais variadas regiões do Brasil, e até mesmo do exterior, que lá aportavam com o objetivo de conhecer o médium. Aqueles que conhecem a sua vida e a sua obra não mediam distâncias para vê-lo.

Seu trabalho sempre consistiu na divulgação doutrinária e em tarefas assistenciais, aliadas ao evangélico serviço do esclarecimento e reconforto pessoais aos que o procuram. Os direitos autorais de seus livros publicados, em torno de 340, são cedidos, gratuitamente, às editoras espíritas ou a quaisquer outras entidades.

Quanto à fortuna material, ele continuava tão pobre quanto era. Chico éra um homem aposentado e recebia somente os proventos de sua aposentadoria. Do ponto de vista espiritual, Chico Xavier éra, a cada dia que passava, um homem mais rico: multiplicou os talentos que o Senhor lhe confiou, através de seu trabalho, de sua perseverança e da sua humildade em serviço.

Com a saúde debilitada, Chico Xavier foi confirmando, nos últimos tempos, a sua condição de um autêntico missionário do Cristo, pois impossibilitado de comparecer às reuniões do Grupo Espírita da Prece, ele reunia as forças que lhe restava para continuar, em casa, a tarefa da psicografia. E, embora debilitado, continuou de ânimo firme e a alma com grande capacidade de trabalho. Chico Xavier amou e ama a tarefa que o Senhor lhe concedeu.

Morreu no início de uma noite de domingo, 30/06/2002 na cidade mineira de Uberaba (494 km de Belo Horizonte), aos 92 anos. Ele foi encontrado no quarto pelo filho adotivo, Eurípedes Humberto. Segundo a família, ele sofreu uma parada cardíaca, após reclamar de dores no peito e nas costas durante a manhã.

Autor de mais de 400 livros, lançados por editoras espíritas e traduzidos para vários idiomas, Chico Xavier personifica o espiritismo no Brasil. Popular, era sempre visitado por artistas e políticos. Recebia todos com um sorriso e um beijo na mão.Segundo a Federação Espírita do Brasil, Chico Xavier participou de sua primeira reunião espírita em 7 de maio de 1927.

Seu primeiro livro "Parnaso de Além-Túmulo" foi publicado em 1932. Desde cedo, sua saúde foi frágil. Teve problemas nos pulmões, consequência de seu trabalho em uma tecelagem.

Em 1981, cerca de 10 milhões de brasileiros assinaram manifestos para que ele recebesse o prêmio Nobel da Paz.


Fonte:
Site Chico Xavier (Biografia)
http://planeta.terra.com.br/arte/chicoxavier/index.htm

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

NOITE DA SOLIDARIEDADE




























































































NOITE DA SOLIDARIEDADE











NOITE DA SOLIDARIEDADE











NOITE DA SOLIDARIEDADE







NOITE DA SOLIDARIEDADE







NOITE DA SOLIDARIEDADE







quarta-feira, 24 de novembro de 2010